segunda-feira, 13 de agosto de 2007

TAPAR O SOL COM A PENEIRA


“ TAPAR O SOL COM A PENEIRA”

Sou leitor atento de tudo o que se produz na comunicação social e não só. Aprecio de forma entusiasmada, os temas que se abordam e a forma como o fazem, reveladores da inteligência da classe jornalistica. Parabéns!

Não posso contudo, deixar de comentar esta Lusitana Desventura, que em cada dia mais se evidencia, retirando-nos a esperança e a vontade de fuga.
As arbitrariedades do Estado, que têm criado injustiça, injectando o nosso dinheiro em “tonterias” que nada produzem a não ser desgraça , mas apenas justificam a manutenção do “penacho“ nas várias deslocações políticas para inaugurar e outros acontecimentos.
O Estado não pode nem deve substituir-se ás instituições financeiras de apoio às Empresas.
O Estado, não pode nem deve, manter o estado de sítio em que se transformou a Banca em Portugal, governada pela concentração permitida, por apenas 3 Famílias, chamemo-lhes assim, de novos banqueiros.
Não se pretende que o Estado, assuma como outrora uma política de protecção industrial como o fez. Mas, de igual modo, não se poderá aceitar que o Estado, assuma, como é evidente, uma política de protecção do Capital, gerando legislação avulsa, sempre que lhe é imposta qualquer iniciativa por um qualquer agente económico ou um qualquer conjunto de personalidades que, habitualmente se deslocam em jacto particular, a pretender juntar-se, para constituir mais um Grupo.
Com esta postura, cria o Estado uma similitude entre a situação dos trabalhadores, apoiados ou não, pelos sindicatos, e os patrões das PME ´s, cuja sorte também não lhes sorriu!
De facto, não podemos “tapar o sol com a peneira” ! Há que separar nesta moderna economia a que fomos sujeitos, dois grandes grupos. O primeiro, o dos “empresários”, com “é” pequenino, que já pouco lhes resta a não ser a tenacidade, a força de trabalho e a determinação com que fundaram as suas pequenas e médias empresas. Estes, já hipotecaram a casa, o automóvel em “leasing” atrasado, o aval do cônjuge e a escola oficial dos filhos que são colegas em perfeita harmonia dos descendentes dos seus trabalhadores, e até aí, tudo bem ! Já pagaram o IRC a trinta e tal por cento, os seguros de tudo, “com língua de palmo”, às seguradoras do outro grupo que se refere a seguir.
A este, nada mais lhe resta. Com eles, sofrem os trabalhadores, dialogam os sindicatos compreensivamente até.
É de facto estranho.... mas estão do mesmo lado! Do lado dos que não tiveram a sorte de um verdadeiro Governo e um Estado, lhe indicar o caminho do País. Sim, eles que tudo sabem, nada lhes disseram nem lhes apontaram o rumo. Incentivaram a criação de mais uma, mais, muitas mais PME´s, pois estas são e sempre serão os verdadeiros “pagadores” para o suporte do descalabro das finanças públicas.
Estes não tiveram direito a nada !
Nem à possibilidade de modernização com todas os QC´s de apoio, que tanto serviram o esbanjamento da Clientela.
Há tempos, ouvi uma história já vem dos idos anos 80. O Estado só deixou modernizar-se com apoios de fundos que não lhe pertenciam, aqueles que nada lhe deviam. Não procurou saber porque é que lhe deviam, não quis saber se eram ou não viáveis, não fez mais do que “empatar”, enervando tudo e todos que algumas vez estiveram na expectativa de um qualquer “fundo perdido ou não”.
Mas, ao mesmo tempo, permitiu todas as “heresias”, com a justiça que temos, com os processos de desvios de milhões a prescreverem e a ver sair de cena, entenda-se Tribunal, os artistas, com um sorriso nos lábios, de gozo, ... com todos nós.

O segundo grupo que atrás referi, dispensa adjectivos. É nobre, poderoso, tem influência e pode, quer e manda .... “Mandar”.
Já não usam “é” pequenino. Tudo o que fazem, vem no jornal, e o que não fazem, mas deviam,... também vem. Fartam-se de falar... SEM DIZER NADA! São normalmente, pessoas como se diz lá no meu Alentejo... “bem aparecidas”!
O IRC que pagam com facilidade, é baixo, os lucros líquidos já não são anunciados anualmente, para não chocarem os “pagadores”. São noticiados com referência ao semestre e se forem muito generosos só o são ao trimestre.
Este grupo, conhece-nos a todos. O número de sapato, a preferência desportivo-futebolística, sub-grupo este que também aqui se integra. De tudo, sabem de todos. A ficha “clínica” é trocada dentro do “grupo “ para defesa de ataques, de um qualquer vilão que os possa afrontar. Incitam à utilização das suas facilidades, reduzem pesssoal, descriminam ou descriminaram as mulheres, vendem tudo, trocam tudo, facilitam tudo.
Adormecem os sonhos e espevitam-nos para novas cruzadas, de crédito fácil.
O quê? Não vai de férias só se não quiser! O carro novo, não tem problema! O serviço de cristal ... é a prestações ! Compre um “pichiché.” que nós oferecemos a “ lua de mel “ !
Este grupo faz-nos muita falta!
São os mercadores de sonhos ! E que bom é sonhar!


Não há dúvida que as Empresas para funcionarem, precisam de capitais próprios, estratégia e capacidade de endividamento. Os capitais próprios, traduzidos também, pelos imobilizados das Empresas, já estão pelas ruas da amargura, após tantos anos de incúria governamental de um Estado sem desígnio, sem horizontes e sem projectos. Um Estado que governa à revelia de tudo, até do que lhe é imposto pela U.E, no que se refere à legislação laboral que a todos prejudica, até aos trabalhadores, sem que estes o saibam, aos impostos que alarvemente impõe e cobra, ilegitima e de expressa ilegalidade europeia. Mas que sempre se vai queixando, não chegarem.
Um Estado que não reconhece a derrota sofrida no jogo económico das nações da U.E., em que graças a muitas coisas e à nossa incrível capacidade de destruir riqueza, com as taxas de produtividade mais baixas e a mais altas taxas de juros da Europa, é tão só, um “Estado crítico”.
A estratégia tão necessária para o sucesso, com o apoio existente e sempre preocupado às PME’s , mais não significa do que permitir a invasão económica, os combustíveis, as matérias primas e os materiais de construção, que entram todos os dias pela nossa fronteira terrestre, sem quaisquer impostos. Mas a estratégia por parte dos “empresários”, essa nem sequer se avalia, para apreço e julgamento. Pede-se-lhes “a internacionalização das empresas”, pois parece que Portugal já não suporta, cá dentro, tanto sucesso!!
Os apoios estão aí ! Veja-se para que servem os nossos delegados no estrangeiro, a gastarem o que faz falta às Empresas, para um verdadeiro apoio, e para uma real promoção de Portugal e dos seus produtos genuínos no Mundo.

Mas... o recurso ao crédito é garantido!
Há dias, um amigo meu, contava-me que lhe sugeriram no “ seu Banco”, encontrar outro “parceiro” com quem negociar. Perante a sua observação de que as Bancas da sua região tinham todas o mesmo dono, o Gerente, tristonho encolheu os ombros!.

Já vai longa esta lamúria!

Não podemos, nem devemos, verdadeiramente TAPAR O SOL COM A PENEIRA, e haverá que concluir. Se o Estado pretender dizimar a classe média e as PME's (estas as verdadeiras autoras de mais de 90% do PIB nacional), que o faça! Cabe-lhe a decisão!
As Empresas sem viabilidade devem morrer, para dar lugar ao nascimento de outras... ? Mas não seria possível ?, conduzirem-se na agonia, para permitir a todos, empregados e empregadores, assistirem a uma morte digna, capaz de os voltarmos a ver a todos, reabilitados, mesmo que seja no Além, ou preferencialmente num País que não venha a ser anexado, pois que se trata da Pátria Lusitana com mais de 8 séculos!!!???

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